domingo, 28 de outubro de 2007

28 - II

É... O dia 28 não chegou, quer dizer até chegou, mas não do jeito que esperava ser. Só pra relembrar, este dia 28 de outubro faria um ano- sim um ano - da primeira vez que saíram juntos sem nenhum outro conhecido ( da parte dele ) para atrapalhar. Um 28 de outubro de 2006, que fora contemplado por risadas, mordidas, carícias, uma pessoa dentro de um latão de lixo sendo rolada ate o outro lado da rua, uma batida de cabeça no meio fio por causa do "rolamento" e regado por muita cerveja e historias. Esperava que o "aniversário" seria, no mínimo, parecido- sem a parte do latão de lixo, ou não - mas as expectativas foram em vão.

Passou
o dia 27 olhando a chuva inesperada cair e amenizar o insuportável calor. A chuva caia de uma forma diferente para ele. Seu olhar era outro, talvez por ser véspera. Sua vida era vivida baseada em sonhos, o que fazia com que se decepcionasse com a realidade. Pegou uma cadeira, colocou-a em frente à janela e olhou para o horizonte. A chuva caia não em pé como todos sempre dizem. Caia tendenciosamente para a diagonal direita, em um angulo de 60º mais ou menos, por conta do vento. Era uma cena que, geralmente, ninguém se da conta, apenas reparam que seus cabelos, roupas e sapatos estão cada vez mais molhados, que não poderão sair de casa, que estão atrasados para o trabalho, que as poças d água e areia são diversidades a serem superadas e etc. Olhava para o quintal e via seu cachorro todo molhado, brincando com a água que caia do telhado, pessoas correndo, fugindo da tão temida chuva repentina e reclamando da mesma. Deu até uma vontade de pegar um guarda-chuva, vestir um terno preto, gravata, sapato e um chapéu e imitar a tão velha e conhecida cena de "dançando na chuva", mas a chuva logo passou e mesmo se continuasse ele não faria, pois não tem nem terno, gravata, chapéu e coragem para molhar esse tipo de roupa por um simples desejo súbito.

O dia logo acabou, colocou a cadeira no lugar foi tomar banho, porém o pensamento ainda estava voltado para o dia que estava por vir. Agia feito criança, que sonha em ter uma vida igual aos filmes que passam na sessão da tarde, onde o protagonista acorda e uma musica - geralmente um popzinho dançante - aparecia do nada e ditava o seu dia. Ao fazer a barba e escovar os dentes, ele dançava conforme a musica, ao terminar de se arrumar e abrir a porta de casa para sair, a musica parava e ele dizia uma frase de expressão. Nada disso acontece na vida real... Infelizmente.

Acordou cedo no dia tão esperado, e seguiu seu ritual matutino de tomar seu café da manha em pé enquanto os outros tomam seus cafés calmos e sentados, ligou a TV e deparou-se com a reprise de um seriado de comedia que não assistia há tempos por conta da faculdade. Começara o dia aparentemente bem, mas passara à tarde de olho no celular, internet e para o céu, em busca de um sinal de fumaça ou algo parecido, que demonstrasse um sinal de vida dela. Nada disso ocorreu. Um dia perdido, um dia a menos na vida de um jovem de 18 anos que tem mais algumas centenas de dias pela frente, mas que esse dia perdido pode ser crucial e lhe fazer falta em um futuro próximo.

Decidiu então, desistir de algo que só lhe trazia dor. Havia tentado uma investida em sua "ex" há algumas semanas atrás, e por parte dela, pode-se perceber certo interesse de reconciliação. Não era o que queria, mas talvez tentasse a reconciliação. Melhor que ficar sozinho, presumia. Preferia que aquela chuva voltasse e pudesse refletir mais sobre os detalhes que passam despercebidos no cotidiano de todos a encarar sua própria realidade. Talvez ela volte quando ele precisar.

Enquanto isso vai assistindo filmes franceses, sonhando com uma vida cheia de ironias discrepantes do destino, em que “depois da tempestade vem a calmaria”. Talvez isso até aconteça, mas não como nos filmes, de um jeito glamuroso e com um “felizes para sempre” no fim.

2 comentários:

Anônimo disse...

"como não é movimentado..."
uma falta de respeito, hem?
revise os textos e compartilhe-os com o mundo. nós merecemos.

Giovana disse...

Tem futuro.