segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Tentar evitar é contribuir com o inevitável

Dois anos se passaram, a relação se desgastou e um ponto final foi colocado no namoro. Ambos ficaram mal com o rompimento, tanto que ate hoje sentem algo um pelo outro, mas preferem, muitas vezes, não investir em tal relação, que apesar de ter sido longa, foste conturbada em seu decorrer. As tentativas de retorno foram em vão, parecendo que o destino não contribuía na felicidade do casal, ou talvez não fosse pra ficarem juntos mesmo.

O tempo passa e após várias brigas, mesmo após o termino do relacionamento, ocorre o distanciamento voluntário e inconsciente dos dois com o intuito de seguirem suas respectivas vidas atrás de um parceiro melhore que, momentaneamente, não os faça sofrer do jeito que foi quando estavam juntos.

Ela, morena, baixa estatura, 19 anos, uma jovem como todas as outras, que apenas quer curtir a vida indo à festas, barzinhos e até mesmo indo na casa das amigas para fofocar, enquanto comem um bom brigadeiro de panela ao lamentar as adversidades de sua vida, após se tornar livre de compromissos, vaga por festas a fim de apenas curtir uma boa musica com as amigas, mas depois de uns meses, acaba conhecendo um outro rapaz. Este rapaz, que a atraia, acabou relacionando-se com ela, mas não foi nada duradouro, até mesmo por que eram muito diferentes. Contradizendo a grande bobagem de um ditado popular brasileiro – “Os opostos se atraem” - usado por muitos e sendo generalizado em várias ocasiões.

Ele, moreno, estatura mediana, um ano mais jovem que ela e possuidor de uma personalidade impar, ao saber do novo relacionamento de sua ex, sente-se um tanto desolado e decide esquecê-la, tentativa sem grandes avanços, mas segue a vida devagar sem faltar amor, pois ao mesmo tempo em que sua ex, encontra uma outra pessoa para tomar o lugar em seu coração e reestruturá-lo, colando os pedaços de um coração maltratado depois da relação passada. Essa nova mulher era mais nova, mas não menos experiente que ele, e possuía uma história semelhante a dele, o que contribuiu muito para que ficassem juntos. Relação que coincidentemente não dá certo também, não por serem diferente, pois em certos aspectos se pareciam até demais, mas por desconfiança da parte dela, após ter contado fatos de seu passado numa outra cidade, cidade que ele iria viajar dentro de alguns dias, mas que não havia motivos para desconfianças, já que como ele dizia, amava-a demais.

Mais uma vez, os dois se encontravam solteiros. Mais uma vez, procuraram uma reconciliação, que desta vez deu certo, mas não como ele queria, já que ela propunha uma relação de amizade, mas aceita por ele, já que era melhor tê-la como amiga a não tê-la mais. A reconciliação, então, acontece, porém ele tem de partir para uma cidade de Minas Gerais. No inicio, ele tinha seus pensamentos voltados apenas para ela, pois a chama de amor que havia em seu peito não se apagara. Com o tempo, ela foi amenizando, mas sem se apagar. No decorrer de sua vida no local, foi conhecendo novas pessoas e se envolvendo com varias mulher, só algo ainda lhe faltava. O amor de sua amada.

Em horas e dias vagos, ele voltava para cidade onde morava, para fazer uma visita a seus pais e amigos, só que sempre havia algo que o fazia “encontrá-la” em pensamentos, fotos, recordações, camisa que fora emprestada a ela, cartas enviadas por ela, e até mesmo “cantinhos” de seu quarto que o fazia recordar de momentos felizes com ela a seu lado. Essas recordações atiçavam-no e eram um grande e bom motivo para o encontro físico fosse concretizado, de forma amigável como o combinado por eles antes dele partir, mas, logicamente, com um imenso de interesse de retorno de sua parte. Encontros que aguçavam ainda mais a paixão que fora adormecida meses atrás, após ter se acostumado com a distância de seus corpos e que terminavam rápido pois horas se passavam como segundos quando estava do lado dela, e no dia seguinte teria que acordar cedo, arrumar suas malas e se aprontar para voltar à sua rotina em Minas. Seu corpo físico e material ia, mas seus pensamentos ainda se encontravam na cidade que deixara.

Logo ao chegar em casa, largou suas malas e quinquilharias dadas por sua mãe na porta de casa e ficou encarando o telefone, conflitando-se mentalmente, tentando chegar a uma conclusão. Conclusão se ligaria para casa dela ou não. Ligando, ele mostraria a ela que ainda pensava nela e de quebra escutaria sua voz nem que fosse por intermédio de uma conversa limitada e sem sentido. Não ligando, ele mostraria que mesmo mantendo um forte amor, ele ainda tentava esquecê-la. Esse conflito psicológico, certamente não mostraria nada a ela, mas para ele, isso era de suma importância, pois acreditava que ela matinha a mesma “chama acesa”, só que não era bem isso que acontecia. Todas as vezes que retornava a cidade de seus pais, mantinha os mesmo sentimentos, elaborava um dia só para os dois, deixando amigos e familiares de lado, para ter uma noite alegre ao lado dela. Até que, em um de seus últimos encontros, ele toca em um assunto delicado. Tenta “abrir o olho” dela, avisando para que ela fique atenta a certas amizades e companhias que, à longo prazo, não fariam bem a ela. Ela não entende o fato dele se preocupar com ela e apenas querer seu bem e diz tudo o que estava entalado em sua garganta e complementa com “... você é um egoísta! “, frase não muito bem compreendida, já que egoísta é aquele que trata e se interessa apenas por próprios interesses, o que, evidentemente, não ocorreu, mas partindo do principio que seu interesse era, exclusivamente, ela, pode se dizer que foi uma forma de egoísmo mas não da forma que ela quis dar a entender.

Sentiu-se mal, jamais pensou ouvir isso de alguém que ele apenas queria o bem, tentando alertá-la de falsidades de pessoas que se aproximavam em busca de interesse e não de sua amizade. Depois dessa discussão, ele relata o fato aos amigos que lhes aconselha a esquecê-la de vez, pois tal relação só estava fazendo mal. Volta pra casa e reflete bem sobre o assunto discutido com os amigos e segue à risca os conselhos atribuídos.

Na viagem de volta à cidade em que habitava, no ônibus recostou a cabeça na janela, observando a estrada envolta por uma natureza nativa e, quem sabe, ainda não explorada, foi recordando seu relacionamento com sua amada que lhe fazia tão mal. Durante a viagem, sentia-se como um navio, sem um porto, quase morto, sem um cais, mas não se deixou abalar. Depois de tantas desavenças ao se encontrarem, ele chega a conclusão de que a vida é uma eterna reprise, pois todas as vezes que se encontravam havia um conflito e/ou historias contadas por amigos em comum, com ela envolvida, deixando mal em suas viagens de volta.

Com o tempo foi vendo que o que queria mesmo era deixar seu coração livre e desimpedido para um novo amor se instalar por lá dando novos rumos a sua vida. Seu retorno à casa dos pais é demorado, por volta de 4 meses, tempo suficiente para conhecer novas pessoas e esquecer ou apenas amenizar más recordações, até que chega a oportunidade de volta. Ele volta, ela volta em seu pensamento, mas de maneira diferente. Ele não a esqueceu ainda, porém é visível um grande avanço para tal. As injustiças dirigidas a ele fizeram com que ele torna-se um amor incondicional e pensamentos passionais em apenas um grande avanço para novos horizontes. Avanço que só o faz pensar em não encontrá-la, não por ter certeza que não a quer mais e sim por saber que o mais difícil é evitar o primeiro “oi”... Ou seria o primeiro gole? Dependendo do contexto, os dois até se misturem e nesse caso qualquer lembrança é motiva pra fraquejar.

Ele, agora está em Minas, lendo um bom livro, estudando, seguindo seu destino ou assistindo à um programa de televisão mas sem esquecer de um trecho de uma música que o extasia: “ Sai / que eu já não te quero mais / Sai / porque hoje eu descobri / que posso viver sem ti / que posso viver em paz / muito bem sem teu amor / Sai / porque agora eu sou / um homem bem mais feliz / um homem bem mais feliz.”.

Isso será duradouro, até que receba um telefonema, carta, e-mail, ou até mesmo sinal de fumaça promovido por ela, dizendo que ainda o ama, quer seu amor de volta, dando lhe falsas esperanças, fazendo-o voltar para encontrá-la e ela, invés de abdicar do orgulho e do sentimento de sair em sobressalente em discussões sem fundamento ao se encontrarem, pisará mais uma vez em seu pobre coração, deixando-o reviver a conhecida e habitual reprise vivenciada todas as vezes que algo semelhante ocorre.

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