sábado, 22 de março de 2008

Sonho Interrompido

Essa noite tive um sonho que me intrigou por vários motivos e por não ter seu fim selado, como geralmente acontece quando tenho sonhos agradáveis, sempre são interrompidos pelo atraso, seja ele para o trampo ou para colégio/faculdade. Fazia algum tempo que no sonhava com nada, apesar de dizerem que sonhamos 5 vezes por noite, acho q gasto minha cota acordado ou minha memória “noturna” é, digamos, fraca.

Do sonho não me lembro muito bem seu inicio, só o meio e fim, ainda sim, sem grandes detalhes. Era mais ou menos assim:

Estava eu, em meio ao pátio do colégio Santa Ângela, a fim de pegar um papel que esta em mãos desconhecidas (não lembro quem foi o maldito que pegou essa porcaria aí), quando me deparo com um aglomerado de cerca de 10 pessoas em uma fila. Aquilo me causou estranheza, pois alguns dos indivíduos estavam uniformizados com a camisa do Flamengo. Fui até lá pra conferir se iria iniciar alguma peladinha colegial e para saciar minha curiosidade, além de ter noção do que realmente era aquilo já que até nos sonhos tenho miopia e astigmatismo. Ao chegar perto dos indivíduos, percebo que não eram estudantes, eram, alguns, senhores de idade, carecas e outros tinham idade beirando os 40, por aí. Forcei a vista – maldito óculos que esqueço ate nos sonhos – e percebi que conhecia todos os rostos que por ali haviam. Meu coração acelerou quando percebi que eram ex-jogadores de futebol e dentre eles havia meu ídolo. Só quem tem amor ao futebol e ao seu time consegue entender o que é ter um ídolo do meio futebolístico, mas nada de “tietismo”, pois não sou mulherzinha que grita ao ver um rostinho conhecido da mídia.

Ao mesmo tempo em que os reconheci, o pátio começou a se encher de gente, mas parecia que ninguém os dava atenção, apenas eu os reconheci. Pensei comigo: “ Nossa, como pode ninguém conhecer Zico, Junior, Romário …”. Eu não sou flamenguista, muito menos fã do Flamengo, mas por ali estavam alguns jogadores que passaram pelo clube. Bem ao meio da fila, encontrava-se um baixinho – não, não era o Romário – que me deu inúmeras alegrias quando criança e nas peladas do colégio, ao fazer um gol, gritava comigo mesmo “GOOOOL, ÉÉÉÉÉÉÉ DO MARCELINHOO! CAMISA NÚÚÚÚMERO SEEEETE! “. Tímido que sou, fiquei olhando para ele por algum tempo, tentando criar coragem para abordá-lo e dizer o quanto sou seu fã. Não queria Zico, Romário, Junior, minha atenção era totalmente voltada a ele, com um olhar e admiração de uma criança de 10 anos. Fui em sua direção, tentando criar um pequeno script, até que ao chegar ao lado do ídolo, chega um homem, aparentemente de uns 45 anos, careca e baixinho, do nada e começa a conversar com ele. Maldito. Não tinha outra hora pra falar com ele, não? Há essa hora eu estou 5 minutos atrasado pro trabalho, volta em outro sonho e conversa com ele, caramba.

Espero cerca de 10 minutos - minutos do devaneio, não tenho noção de quanto esperei – até que o rapaz sai e eu posso falar com o Marcelinho Carioca, eterno camisa numero 7 do Corinthians. Quando cutuco seu ombro, escuto um “ BRUNO, ACORDA! VOCÊ TÁ ATRASADO, PULA DA CAMA E VAI TOMAR BANHO, MENINO!” .

Como disse anteriormente, só quem é fanático pela redondinha e, na infância, teve um herói futebolístico que encarnava toda vez que tinha uma bola aos pés sabe o que estou dizendo. Agora só me resta sonhar acordado mesmo e ter meus 25 sonhos por dia. Espero que esse careca que me atrapalhou volte no meu próximo sonho, e que esse sonho seja daqueles que eu fico rodeado por 10 caras e ainda bato em todos com apenas um golpe. Aí eu quero ver…

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